POSTE ONDE DEVERIAM TER SIDO INSTALADAS PEÇAS DE ANCORAGEM
na instalação de cabos ópticos aéreos autossustentados existem poucas regras. Elas são simples, mas, precisam ser rigorosamente observadas .
Existem apenas dois tipos de dispositivos a serem usados: Apoios e ancoragens. Mesmo sendo uma escolha em duas, com muita frequência vejo situações como a da foto, tirada em uma de minhas auditorias. É preciso observar que este não é um cabo da RNP, para quem presto serviços. Pertence a uma concessionária.
Uma peça de apoio, como o próprio nome diz, apoia o cabo, impedindo que ele caia no chão. Segura, mas, não oferece resistência ao escorregamento do cabo. A ideia é garantir que a força de tensão aplicada no cabo não seja transferida para o poste. Quando se usa uma peça de apoio, o poste suporta apenas o peso do cabo.
Ao contrário de uma peça de apoio, uma ancoragem, além de suportar o peso do cabo, absorve a tensão nele aplicada. A ancoragem, obviamente, transfere esse esforço para o poste.
Para evitar qualquer tipo de dano, a primeira recomendação é que o cabo autossustentado seja sempre puxado manualmente. O tensionamento final deve ser feito com catraca manual, nunca elétrica ou hidráulica. O controle de tensão deve ser feito com dinamômetro. Se não houver dinamômetro deve ser deixada uma flecha equivalente a 1% do comprimento do vão.
O primeiro e o último poste precisam ser sempre equipados com âncoras. Por razões óbvias, nunca com apoios!
ÂNCORA PRÉ-FORMADA
ESTICADOR BIPARTIDO “RATINHO”
Esticador na posição fechada
Esticador ainda sem o cabo
Em trechos retos, a distância recomendada entre dois postes de ancoragem é de 200 metros, ou cinco lances. A razão principal desta recomendação é limitar a extensão de cabo que pode escorregar e criar situação de perigo em caso de rompimento.
Finalmente, é importante observar que postes onde o cabo sofre deflexão igual ou superior a 15 graus (na horizontal ou na vertical) devem ser equipados com ancoragens. Quando esta regra não é observada, a capa do cabo fica comprimida contra a parede da peça de apoio e corre o risco de se deformar. Além disso, caso haja um rompimento e o cabo escorregue, pode rasgar nesse ponto. Em situações como a da foto, as fibras ópticas do cabo acabam sendo comprimidas. Ou se rompem, ou apresentam aumentos significantes de atenuação.
Este é um tipo muito comum de peça de apoio, conhecida também como “dielétrico”, por ser feita com material isolante.
Quando se faz uma ancoragem, é importantíssimo verificar se o cabo não apresenta torcimento, como aparece na foto. Se o cabo estiver torcido, o serviço precisa ser refeito. Torcimentos de capa também podem ser transferidos para as fibras.
Parabéns pelo site e conteúdo. Muito interessante
Abraços 😉